sábado, 22 de dezembro de 2012

Mensagem de Natal

Queridos irmãos e irmãs,
FELIZ E SANTO NATAL!

Com muita alegria e esperança me faço presente entre vocês, para juntos agradecermos o Grande Presente que veio do céu e se tornou um de nós, o Filho de Deus.
“Deus amou de tal forma o mundo, que entregou o seu Filho único, para que todo o que nele acredita não morra, mas tenha a vida eterna” (Jo 3, 16). Somos felizes porque Deus nos ama e se torna Menino por nosso amor.
 
A cada Natal somos convidados a acolher Jesus como Maria fez. Não só carregou no ventre e no colo o Filho de Deus, mas o acolheu no seu coração materno. 

E é pelas mãos de Maria que encontramos Jesus. Ele veio para nos ensinar e preparar nosso coração para realizar o plano de Deus em nossa vida.

 Ele, o Verbo Divino se fez homem: de Grande se fez menor; de Senhor se fez servo; de Forte se fez fraco; de condição divina se fez um de nós; de Rico se fez pobre e humilde.
“Assim é o Deus que se revela no Natal, pequeno, de bracinhos enfaixados, entregue à nossa ternura” (Leonardo Boff).

Não sei se o mais certo é dizer que os céus vieram à terra, ou se a terra foi aos céus. A certeza é que se encontraram. O Filho de Deus veio montar sua tenda em nosso deserto. E com isso nossa humanidade pôde ser divinizada. Conosco a Palavra aprendeu nosso jeito humano de viver, para que com Ela aprendêssemos seu jeito divino de ser.

A quem o acolhe é dada a graça de se tornar filho de Deus. Pois o lugar que o Menino Jesus escolhe para habitar é o coração de cada ser humano.  E assim o Natal será mais santo e a proximidade do Ano Novo terá mais brilho, se aceitarmos esse presente do Céu.

Brilhe em cada coração a luz do presente que de Deus recebemos por meio de Maria.

FELIZ NATAL E UM ABENÇOADO ANO NOVO!
Denize Aparecida Marum Gusmão

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

ADVENTO – TEMPO DE ESPERA

A celebração do Natal sempre teve a preferência por São Francisco em relação às outras festas cristãs. Para ele esta era a festa das Festas, a festa da alegria, festa na qual Deus, por amor, se encarnou e veio ao mundo instalar o seu Reino de Paz e Bem.

Logo, o Natal não podia passar despercebido. Assim, Francisco não só fazia uma bela celebração natalina, como se preparava para tão grande festa. Procurava viver intensamente o Tempo do Advento.

Era preciso aquecer o coração e preparar a manjedoura para o Menino das Palhas. Nesse tempo o pobre de Assis fazia jejuns e abstinências, meditava sobre o grande mistério da encarnação e louvava a Deus por tão grande maravilha de ter-nos dado seu Filho; preparava o corpo, a mente e o espírito para receber

Aquele que viria. Tal preparação é considerada de tão grande importância que pediu na Regra, que escreveu à Ordem dos Frades Menores, que todos os frades jejuassem desde a Festa de Todos os Santos até a Natividade do Senhor. São Francisco roga ainda hoje que preparem os seus corações durante este Advento para Aquele que há de vir. Para que no Natal, com o espírito límpido, possamos abraçar o Menino Jesus e Ele possa então encontrar abrigo em nossos corações. Para alcançarmos esta graça rezemos:
"Senhor Jesus Cristo, filho de Deus Vivo, mais uma vez nos preparamos para celebrar a tua chegada no Natal! Neste tempo de vida, esperança e reencontros dispõem nossos corações para celebrar o espaço da reconciliação, da acolhida e do amor, abrindo-nos para todos, mas de modo especial, àqueles que mais precisam da nossa atenção e carinho. 

Que neste Natal, Senhor, acreditemos mais na força de tua mensagem, entrando na “ciranda da fraternidade”, e percebendo o clamor das pessoas excluídas e indefesas. Senhor! Nesta festa universal cantamos juntos um alegre Noite Feliz, pelo reencontro de muitas pessoas e pelo renascer na nossa própria vida. 

Obrigado, Senhor, e que a alegre mensagem de Belém se acelere através de nós, para chegar na vida de tantos irmãos e irmãs. Amém. O Senhor que está para chegar conceda a todos viver o Tempo do Advento na paz e no bem."
Fraternalmente,
Denize Aparecida Marum Gusmão

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

FÉ - TODOS OS SANTOS E FINADOS



Irmãos e irmãs, Paz e Bem!

Introdução.

A celebração de Todos os Santos e Finados, importa, antes de tudo, crer, ter Fé. Então façamos um pequeno comentário sobre a Fé.

No dia 11 de Outubro do ano de 2012, o Papa Benedictus PP. XVI proclamou o Ano da Fé, com início naquela data, solenidade do cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II, e terminará na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, a 24 de Novembro de 2013, com o objetivo de ilustrar a todos os fiéis a força e a beleza da Fé.

A Carta Apostólica acima, intitulada “PORTA FIDEI” (A Porta da Fé), na qual o Santo Papa afirma que “Atravessar esta porta implica embrenhar-se num caminho que dura à vida inteira. Este caminho tem início no Batismo (cf. Rm 6,4), e está concluído com a passagem através da morte para a vida eterna, fruto da ressurreição do Senhor Jesus, que, com o dom do Espírito Santo, quis fazer participantes da sua própria glória quantos crêem n’Ele (cf. Jo. 17,22).

A Epístola aos Hebreus é o único livro da Bíblia que traz uma definição da fé: “A fé é o fundamento do que se espera e a convicção das realidades que não se vêem” (Hebreus 11,1 - Vale a pena ler este Capítulo 11).

Já a Igreja primitiva procurou expressar sua fé em frases concretas. A verdade central da fé dos primeiros cristãos era esta: Cristo morreu por nós e ressuscitou. A morte e a ressurreição de Jesus são os conteúdos centrais da fé. A fé na morte e ressurreição de Jesus nos dá uma nova compreensão de nós mesmos e uma nova visão da vida.

“Pois, se n’Ele vivemos, nos movemos e existimos” (At. 17, 28), com Ele ressuscitaremos.

A Bíblia vê Abraão como modelo da fé. O apóstolo Paulo, em sua epístola aos Gálatas, cita esta frase da Escritura: “Abraão creu em Deus e isto lhe foi creditado como justiça” (Gn. 15,6; Gálatas 3,6). A fé de Abraão consistiu em confiar mais na palavra de Deus do que naquilo que ele havia realizado para si próprio. Abraão, O PAI DA FÉ! Falemos um pouco sobre esse Patriarca.

A história de Abraão, um exemplo para todos nós, tem a ver com Fé e com confiança, mas também com obediência. Eu me abandono àquilo que Deus disse e ajo de acordo com sua palavra. São Paulo, assim nos fala na 1ª Carta aos Coríntios: “Pois, se não há ressurreição dos mortos, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou é pois vã a nossa pregação, é também vã a vossa fé” (I Cor 15, 13-14).

Todos os Santos.

“Este domingo coincide com a Solenidade de Todos os Santos, que exorta a Igreja peregrina sobre a terra a prelibar a festa sem fim da Comunidade celeste e a reavivar a esperança na vida eterna. Este ano comemoram-se 14 séculos desde quando o Panteão – um dos mais antigos e célebres monumentos romanos foi destinado ao culto cristão – e intitulado à Virgem Maria e a todos os Mártires: "Sancta Maria ad Martyres". Deste modo, o templo de todas as divindades pagãs converteu-se à memória daqueles que, como diz o Livro do Apocalipse, "vieram da grande tribulação; lavaram os seus vestidos e os branquearam no sangue do Cordeiro" (7, 14).

Sucessivamente, a celebração de todos os mártires foi estendida a todos os santos, "uma grande multidão que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas" (Ap 7, 9) – como se exprime São João”.

“Queridos amigos, como é bonita e consoladora a comunhão dos santos! É uma realidade que infunde uma dimensão diferente a toda a nossa vida. Nunca estamos sozinhos! Fazemos parte de uma "companhia" espiritual na qual reina uma solidariedade profunda: o bem de cada um beneficia todos e, vice-versa, a felicidade comum irradia-se em cada um. É um mistério que, de qualquer modo, já podemos experimentar neste mundo, na família, na amizade, especialmente na comunidade espiritual da Igreja. Que Maria Santíssima nos ajude a caminhar com prontidão na vereda da santidade, e se mostre Mãe de misericórdia para as almas dos defuntos” (PP Bento XVI, nov/2009).


Finados: Dia dos Vivos (Frei Walter Hugo de Almeida – Síntese do artigo).

Finados: celebramos os mortos, tudo nos fala, porém, de vida! Podemos afirmar com toda certeza e alegria que morrer é viver.  Esta é a razão: - Jesus Cristo, morto e ressuscitado! Ele é o vencedor da morte, a garantia de vida eterna! No dia de Finados, para muitos, apenas mais um feriado. Para outros, dia de lembrar tudo que realizaram aqueles que já se foram; para outros ainda, um dia trágico, pois antecipa a cada ano, o que todos nós seremos amanhã... Mas, graças a Deus, para muitos, para nós, um Dia de Esperança, de Comunhão com quem amamos e continuamos a amar!

Cremos na Comunhão dos Santos! Gosto de dizer: Em novembro, temos o Dia dos Vivos!... Para quem crê em Jesus Cristo, esse nunca morre! São palavras do mestre, no Evangelho escrito por João. Dentro de nós, está a semente da vida eterna! Somos
futuro, um amanhã de glória, se cremos no Filho de Deus, Cristo Jesus. À medida que vamos caminhando nesta vida, crescemos para a maturidade... para a vida eterna.

Neste mundo, estamos cultivando a árvore da vida; estamos cuidando da árvore da vida eterna! Esta irá crescendo, florindo e produzindo frutos para o Reino de Deus, neste e no mundo que sonhamos amanhã, a vida eterna feliz!...

Imploremos aos santos e santas, eles que souberam acolher a graça de Deus, e se deixaram trabalhar, e agora cantam louvores na eternidade, que intercedam por nós, que caminhamos neste chão, a graça de produzirmos frutos para o amanhã da eternidade!

Para nós, a morte é uma passagem, uma porta que se abre para a outra vida, para a qual nascemos, e sonhamos!... Apenas, somos transferidos... A realidade morte é própria deste mundo, e devemos dizer, na verdade, não existe morte; ela é mentira, o que existe é a verdade que sonhamos: - A VIDA.

Coloquemos, perante Deus Pai, as nossas boas obras, nosso amor e nossa caridade, também, as boas obras, o amor e a caridade dos nossos irmãos, já transferidos; pois estas obras são flores que jamais murcham!... Estão sempre na memória, na presença do Senhor, como oblação eterna!...

Estamos na Comunhão dos Santos! Cremos nesta verdade e a professamos, no Credo apostólico! Queremos lembrar, referência nesse feriado nacional de novembro, de modo especial, nossos entes queridos, e o bem que eles fizeram neste mundo! E isso nos consola, isso nos anima a todos!

Com eles, rendamos graças ao Senhor, a fonte de todas as luzes, de todos as boas obras! Este é o significado de nosso grande e significativo Dia de Finados, o Dois de novembro! E que assim seja!

O Credo

O Credo Niceno-Constantinopolitano, ou o Ícone/Símbolo da Fé, é uma declaração de fé cristã que é aceite pela Igreja Católica, pela Igreja Ortodoxa Oriental, pela Igreja Anglicana e pelas principais igrejas protestantes. O nome tem a ver com o Primeiro Concílio de Niceia (325), no qual foi adotado, e com o Primeiro Concílio de Constantinopla (381), onde foi aceite uma versão revista.

Por esse motivo, ele pode ser referido especificamente como o Credo Niceno-Constantinopolitano para distingui-lo tanto da versão de 325 como de versões posteriores que incluem a cláusula filioque (latim = e do Filho). Houve vários outros credos elaborados em reação a doutrinas que apareceram posteriormente como heresias, mas este, na sua revisão de 381, foi o último em que as comunhões católica e ortodoxa conseguiram concordar em todos os pontos.

Esse Credo consiste de 12 partes: a primeira fala de Deus Pai, da segunda à sétima fala-se de Deus Filho, a oitava fala de Deus Espírito Santo, a nona fala da Igreja, a décima do Batismo, a décima - primeira e a décima – segunda fala da ressurreição dos mortos e da vida eterna.

1.    Creio em um só Deus Pai, Todo-poderoso, Criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis.
2.    E em um só Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, Unigênito, nascido do Pai antes de todos os séculos: Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial ao Pai, por Ele todas as coisas foram feitas.
3.    Por nós homens, e pela nossa Salvação, desceu dos Céus e encarnou pelo Espírito Santo e pela Virgem Maria e se fez homem.
4.    Foi crucificado por nós sob Pôncio Pilatos, padeceu e foi sepultado.
5.    E ressuscitou ao terceiro dia conforme as escrituras,
6.    Subiu aos Céus, e se sentou à direita do Pai.
7.    De novo há de vir em Sua glória, para julgar os vivos e os mortos, e o Seu Reino não terá fim.
8.    E no Espírito Santo, Senhor que dá vida, procede do Pai e com o Pai e o Filho, é igualmente adorado e glorificado, e que falou pelos profetas
9.    Na Igreja uma, santa, católica e apostólica.
10. Professo um só batismo, para remissão dos pecados.
11. Espero a ressurreição dos mortos,
12. E a vida do século futuro. Amém.

“À Mãe de Deus, proclamada “feliz por que acreditou” (Lc. 1, 45), confiamos este tempo de graça”.

Amém!
Rosalvo G. Mota, OFS

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

NOSSO FRANCISCO DE ASSIS



Foi na pequena cidade de Assis, na região montanhosa da Úmbria/Itália, que em 1.182, nasceu o filho de um rico e próspero comerciante de tecidos e de uma piedosa senhora francesa: Francisco.

A história de sua vida tem sido, em nosso tempo, sedento de heróis, tema de filmes, de peças teatrais e de operetas, motivo de estudo e admiração.

Por que Francisco tornou-se tão popular e tão querido, por que arrastou tanta gente atrás de si?

“Por que a ti? Por que a ti?”

Talvez, porque sua história perde-se nos tempos medievais em que dominavam cavaleiros valorosos, destemidos e impotentes em suas armaduras, a defender ideais, a enfrentar obstáculos e provas gigantescas.

O filho de Pedro Bernardone, com típicas atitudes burguesas com vontade de ser nobre, frequentava a melhor juventude da cidade e divertia-se muito na companhia de seus amigos, teve sua própria armadura e lutou na guerra.  Mas nada disso trouxe-lhe alegria e satisfação. Uma doença inesperada jogou- o na cama por um bom tempo. Planos e sonhos por terra, mas um sol nascia dentro da alma, como uma aurora.

O grande crucifixo bizantino falou-lhe com clareza: “Vai, Francisco, reconstrói a minha casa que ainda está em ruínas”. A ordem, inicialmente entendida com toda a empolgação, no sentido material, valeu a Francisco meses de meses de trabalho de pedreiro. Tempo de silêncio, sondagem interior, disponibilidade... O “rei da juventude de Assis” vivendo como o pobres, olhando para eles de outro ângulo, atento aos novos apelos daquele que lhe pedia para reconstruir sua casa...

As cenas sucedem na mente de todos nós: o encontro com o leproso e o beijo que selou uma união entre ele e humanidade de seu Deus. O episódio na praça com o seu pai e o bispo, a nudez diante de todos, a liberdade e o despojamento. 

Ao celebrarmos o Dia de São Francisco estejamos unidos em nossas orações para que sejamos firmes no compromisso de fazer hoje aquilo que São Francisco fez no seu tempo, sem armas, sem imposições, sempre respeitando as diferenças, nunca como donos da verdade, porém convictos e fiéis à nossa fé.
        
 Ele fez a sua parte, que o Senhor nos ajude a fazer a nossa.

PAZ E BEM!

Denize Aparecida Marum Gusmão


segunda-feira, 24 de setembro de 2012

A admiração de Francisco pela Palavra de Deus



Queridos irmãos e irmãs,

Ao longo do mês da Bíblia fomos convidados a uma leitura mais assídua da Palavra de Deus e a uma reflexão sobre

Francisco sempre teve uma grande admiração pelo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, fonte na qual mais tarde descobrirá seu ideal de vida: "Não leveis nem sandálias e nem alforje...", e da qual fará inspiração para si e para seus irmãos. Era grandiosa também sua preocupação em seguir o Evangelho à risca do que nele estava contido, coisa que fez também à sua regra, não admitindo, por exemplo, comentários que dissessem: "Isto deve ser interpretado da seguinte forma...", para que não se perdesse o sentido original de tudo quanto ali estivesse escrito. Vale a pena comentar também que a primeira Regra elaborada por Francisco, era constituída essencialmente por frases do Evangelho.

Todos têm conhecimento da beleza e da profundidade da parte do Evangelho que diz: “Ide, pregai e anunciai: o reino dos céus está próximo”! Curai aos enfermos, ressuscitai aos mortos limpai aos leprosos, expulsai aos demônios. Gratuitamente recebeis estes dons; deem-nos também gratuitamente. Não leveis ouro nem prata, nem moeda alguma em vossos cinturões, nem alforje para o caminho, nem duas túnicas, nem sandálias, nem bastão, porque o trabalhador merece sua recompensa.
Nas cidades ou aldeias aonde entrardes, perguntem que pessoa há ali que é digna de confiança e permaneçam ali até a vossa partida...
Ao entrar na casa, saúda-os dizendo-lhes: "Paz a esta casa!" (Mt. 10,7 - 13; Lc. 10,3-9)

O mesmo acontecera a Francisco: após ouvir esta parte do Evangelho que durante uma missa, pediu ao celebrante que a explicasse melhor. E "apenas terminou de escutar a explicação do sacerdote, movido pelo Espírito de Deus e cheio de indizível alegria, exclamou: “Achei por fim o que buscava, e isto desejo cumprir com todo meu coração”!”

 E imediatamente cumpriu a ordem divina.
A partir deste fato, Francisco verdadeiramente descobriu o sentido do Evangelho em sua vida, e fez dele seu mestre e seu guia, pois o encarava como de fato o é: A palavra do Senhor viva que clama para que nos convertamos a uma realidade: "Deus é verdadeiramente nosso Pai e Senhor", fazendo o firme propósito de vivê-lo como é, interpretando-o "ao pé da letra e sem glosa". Pois "as ordens de um chefe estão porventura sujeitas à interpretação de seus servos?" 

O Evangelho é marca importante também na vida de toda a Fraternidade por ele começada, pois quando Bernardo e Pedro pediram-lhe poder "viver a sua vida", ao invés de impor regras Francisco simplesmente vai "a procura do que o Senhor lhe revelar" consultando por três vezes as Sagradas Escrituras, obtendo as seguintes respostas: "Se quiseres ser perfeito, vai e vende o que tens, e dá-o aos pobres, e terá um tesouro no céu"(Mt. 19,21), pela segunda vez: "Não leveis nada pelo caminho"(Mt. 9,3), e finalmente: "Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me". (Mt. 16,24)

A partir desse momento, é que o caráter de Francisco em relação ao Evangelho vai se revelando mais e mais para aqueles que o seguem: Tudo deve ser feito a partir do Santo Evangelho, que se tornará um precioso tesouro para a sua vida.
"A Regra e a vida dos franciscanos seculares é esta: observar o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo o exemplo de São Francisco de Assis que fez do Cristo o inspirador e o centro da sua vida com Deus e com os homens”.

Aqui está o maior desejo de São Francisco: que seus seguidores vivam o Evangelho. Será que existe algum ensinamento maior e mais profundo do que este? Viver o Evangelho sem medida? Ao estudarmos o espírito de Francisco podemos concluir que no fundo todas as Constituições, Regras, etc., da Ordem se resumem nesta pequena e singela frase: Viver o Evangelho, como já fora dito antes, "ao pé da letra sem glosa".
Viver o Evangelho, eis aí o propósito que deve ser observado (e vivido) por todos aqueles que desejarem um dia seguir os passos de São Francisco, pois eis que "o homem não vive somente de pão, mas de toda palavra da boca de Deus".

Que a Palavra do Senhor viva em nosso meio não só no mês dedicado à Bíblia e nos seja também fonte de inspiração, vida e esperança para a nossa vida e para os irmãos e irmãs, como foi em Francisco o grande "Arauto do Evangelho".
Denize Aparecida Marum Gusmão 


Um material muito bom sobre o Mês da Bíblia,
no Site dos Franciscanos,
clique na imagem acima.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

A Porciúncula abandonada - Mãe e mestra de Francisco

Queridos irmãos e irmãs


Muitas são as passagens da vida de Francisco ligadas à Porciúncula de Santa Maria dos Anjos.


A primeira relaciona-se ao chamado vocacional. Francisco estava no terceiro ano de sua conversão, mas ainda sem saber precisamente a própria vocação. 


Habituou-se a morar na Porciúncula já que todos a haviam abandonado e ninguém mais cuidava dela, como atesta Celano: “Entristeceu-se porque tinha grande devoção para com a Mãe de toda a Bondade” (1Cel 21). Põe-se então a cuidá-la e reformá-la, como fez com São Damião. E foi justamente lá, em Santa Maria dos Anjos que o fato se deu. 


O Evangelho do envio, proclamado na Missa de São Matias, iluminou Francisco.


A necessidade leva Francisco apenas à afeição; jamais à sua posse. Não foi por nenhum devocionismo ou romantismo, mas tão somente porque vê a necessidade da Mãe de Deus. 


A “Pequena Porção”, abandonada, descuidada de todos só não desabava, porque o Pai a sustentava. E Francisco é prático. Imediatamente, põe mãos à obra! E à medida que Francisco se envolve na restauração, ele se ilumina e se esclarece. 


Ele vai descobrindo e assumindo um novo modo de ser e de viver, atento aos acontecimentos: cuidar dos necessitados – de todas as criaturas, como o Pai. Só isso: CUIDAR! E há, por acaso, algo mais divino do que o cuidado, sem nenhuma outra intenção ou interesse? Ser como o Pastor!


Assim, a Santa Maria dos Anjos, abandonada e necessitada, torna-se a Mestra de Francisco. Ele mesmo a chamava de berço e mãe de toda a Ordem, por sua humildade e altíssima pobreza.


Francisco, aos poucos, vai-se tornando semelhante à Porciúncula. Torna-se ele mesmo um abandonado, um poverello totalmente entregue aos cuidados do Pai, como dissera anteriormente: “Agora, poderei dizer livremente: Pai nosso, que estais nos céus, e não meu pai Pedro Bernardone...”  


Ele próprio se sente cada vez mais como um carente: aquele que precisa de amor e do cuidado do Pai. Por isto, ele no auge da necessidade, próximo à morte, pede que seja levado para aquele lugar onde começara a receber conhecimento das coisas espirituais. E aí, completamente necessitado, totalmente entregue aos cuidados do Pai, sobre a irmã terra, transmite e ordena aos seus aquilo que aprendera: “Não saiam nunca deste lugar, meus filhos. Se os puserem fora por um lado, entrem pelo outro, porque este lugar é verdadeiramente santo e habitação de Deus (1Cel 106).


A Porciúncula para Francisco se tornou não apenas um espaço geográfico, onde Deus manifestou sua graça, mas um símbolo inspirador e convidativo a todos os franciscanos e franciscanas, para colherem ali a santa inspiração e a santa perseverança.


Que pela interseção de Nossa Senhora dos Anjos, o Senhor nos abençoe, nos proteja e nos conceda a paz.  

 

Denize Aparecida Marum Gusmão

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Rota Franciscana

 (recebido por email, do Rosalvo).

Na próxima terça-feira, cinco de junho, começam as ações dedicadas ao lançamento da Rota Franciscana – Frei Galvão, do Programa Caminha SP, numa iniciativa da Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo. “Mais uma vez, nosso trabalho volta-se para o redescobrimento do potencial turístico de inúmeros municípios paulistas por intermédio de rotas pedestres, com base nas andanças de religiosos e bandeirantes pelo Estado”, argumenta Márcio França, titular da Pasta, que estará presente no evento.

Tudo terá início às 11 horas, com a Benção do Caminho, por Dom Raymundo Damasceno Assis, cardeal arcebispo de Aparecida e presidente da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, na Matriz Basílica de Nossa Senhora Aparecida localizada na Praça Nossa Senhora Aparecida, 313, no centro deste município.
Em seguida, às 11h30, na vizinha cidade de Guaratinguetá, haverá a inauguração festiva desta rota, com a participação do ator Paulo Vilhena caracterizado de Frei Galvão. Esta parte do lançamento ocorre na Catedral de Santo Antonio, na Praça Santo Antonio, 300, centro. E às 12h30, após os eventos de Aparecida e Guaratinguetá, haverá uma benção final no Santuário de Frei Galvão, localizado na Avenida José Pereira Cruz, 53 - Jardim do Vale - Guaratinguetá.

Rota Franciscana – Frei Galvão

Esta rota é composta por cinco percursos:
 • São José dos Campos (São Francisco Xavier) / Guaratinguetá;
 • Lavrinhas / Guaratinguetá;
 • Bananal / Guaratinguetá;
 • São Luís do Paraitinga / Guaratinguetá;
 • Guaratinguetá / Mogi das Cruzes / São Paulo.

Os caminhos percorridos por Frei Galvão apontam para a segunda metade do século 17 e, no total, são 818 quilômetros, sendo 767 para os caminhantes, cortando duas das principais regiões turísticas do Estado, “Vale do Paraíba e Serras” e “Alto Tietê – Cantareira” e outros 51 quilômetros a serem percorridos de trem, de Mogi das Cruzes até a Estação da Luz, na Capital.

A rota de Frei Galvão que integra o Caminha SP é definido como um programa turístico de caminhos intermunicipais e contemplativos de atrativos naturais, históricos e arquitetônicos, sempre inspirados na trajetória de personagens históricos que compõem a cultura paulista.
Com pórticos eletrônicos de monitoramento do caminhante, que emitem mensagens sonoras com informações dos atrativos turísticos dos 31 municípios, a rota é sinalizada com placas de orientação. Vale ressaltar que o viajante pode escolher a cidade para partir, o número de dias, e a distância a ser percorrida em cada etapa.

Frei Galvão

Santo Antônio de Sant'Ana Galvão, mais conhecido como Frei Galvão, nasceu em Guaratinguetá, no dia10 de maio de 1739 e faleceu em São Paulo, no dia 23 de dezembro de 1822 .Sendo uma das figuras religiosas mais conhecidas do Brasil, e famoso por seus poderes de cura, Galvão foi canonizado pelo Papa Bento XVI em 11 de maio de 2007, tornando-se o primeiro santo nascido no Brasil. No geral, é o segundo santo católico brasileiro, já que a ítalo-brasileira Santa Paulina havia sido canonizada por João Paulo II em 2002.

Anos antes, exatamente em 25 de outubro de 1998, Galvão tornou-se o primeiro religioso nascido no Brasil a ser beatificado pelo Vaticano, tendo sido declarado Venerável um ano antes, em 8 de março de 1997.

Durante a visita de cinco dias do Papa Bento XVI ao Brasil, em 2007, aconteceu a cerimônia de canonização e a cerimônia de mais de duas horas, realizada ao ar livre no Aeroporto Militar Campo de Marte, na Capital, reuniu cerca de 800 mil pessoas, segundo estimativas oficiais. Galvão foi o primeiro santo que o Papa Bento XVI canonizou numa cerimônia realizada fora da Cidade do Vaticano. Sua elevação ao status de santo veio depois que a Igreja concluiu que ele havia realizado pelo menos dois milagres.

por Maristela Bignardi
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Mais:


Recebi  um telefonema da Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo, para a inauguração do Projeto acima que, por coincidência foi uma sugestão nossa (eu, frei Almir, Maria Aparecida) por ocasião da audiência com o Secretário de Turismo.
Naquela ocasião ele nos mostrou os “Caminhos de Anchieta”, no litoral sul de São Paulo. Então nós sugerimos igualmente, para o litoral norte, sobre a Rota dos Franciscanos, com Frei Galvão. O que, foi aceita.
Todos estão convidados para a inauguração. Vamos?
Fraternalmente,
Rosalvo Mota, OFS
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terça-feira, 5 de junho de 2012

Santíssima Trindade

Caríssimos irmãos e irmãs, Paz e bem!

Deus que, em unidade e em Trindade divina, é a essência e a plenitude deste amor Trinitário, é aquele que também faz gerar em nós o mesmo Espírito da verdade, do amor e da caridade em nossas vidas de cristãos.

Deus é amor e podemos entender que a caridade é quem dá sentido, que nos leva a amar Deus e aos irmãos com o mesmo amor com que Cristo nos amou. Por isso, celebrar a Santíssima Trindade é celebrar também o mistério do amor.

Assim, como Jesus falou aos seus discípulos com toda naturalidade, revelando que em Deus existem Três Pessoas perfeitamente entrosadas em ter si, numa unidade absoluta: “O Espírito da Verdade me glorificará, porque receberá do que é meu e vo-lo anunciará, tudo o que o Pai possui é meu”.

É maravilhoso também que o nosso Deus nos ama, que se preocupa conosco e quer fazer em cada um de nós a sua morada.

Por enquanto não podemos entender o mistério da Trindade, mas temos a certeza de que Ela está em nós e que sua presença enche o universo. Podemos não saber avaliar a extensão do sofrimento de Cristo na cruz, mas podemos crer que somos valiosos demais aos olhos de Deus.

Podemos desconhecer a profundidade incalculável do amor de Cristo escondido na Eucaristia, mas podemos crer que nela encontramos o próprio Deus a repartir-se para saciar nossa fome do infinito.

Para que possamos sentir em nossa vida os efeitos desta limitação, precisamos reconhecer a pobreza da nossa sabedoria e entregar-nos à escuta da Palavra de Deus. E se nesta escuta não conseguirmos vislumbrar o retrato de Deus, teremos com certeza, a percepção da sua presença, de seu amor.

Para que possamos sentir em nossa vida os efeitos desta realidade que Deus está presente em nós e, pela graça, nos comunica sua própria vida divina, é fundamental que tenhamos um comportamento coerente pela fé a esta realidade.

Não podemos conviver com Deus compartilhando da incerteza. Não podemos dizer que amamos a Deus, desprezando o nosso irmão, para isso precisamos enquadrar nossa vida na realidade de que constituímos uma família – a família de Deus. Estas serão as bases da nossa vivência cristã.

Aí está irmãos e irmãs, o caminho para transformarmos o mundo: amar a Deus, nosso Supremo e único bem, e amar-nos mutuamente como Cristo nos amou. Assim estaremos descobrindo o que a inteligência não consegue descobrir, a imagem perfeita de Deus Uno e Trino dentro de nossos corações.

Denize Aparecida Marum Gusmão

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Essas mulheres chamadas mães

Senhor Deus,
Colocamos diante de teu amor previdente e providente a vida de nossas mães.
Que nesse tempo de maio possa chegar até teu coração esse hino de agradecimento que brota de nossos corações de filhos.

Graças te damos pelo seio que designaste que seria o espaço do começo de nossa vida.

Ali estivemos escondidos durante meses.

Fomos alimentados com o sangue, o ar, o leite, o carinho dessas mulheres que aprendemos a chamar de mães, matrizes, fontes de vida.

Nós te damos graças pelos cuidados que nos foram dispensados na infância, na adolescência e na juventude: pela roupa lavada e cheirosa, pelo purê de batata, pelo macarrão com queijo e molho de tomate, pelo suco de laranja, pelo mousse de maracujá e pela cuca de banana.

Nós te damos graças pelas conversas que tivemos com a mãe, quando saíamos com ela, quando nos levava ao pediatra, ao “barbeiro”, ou simplesmente para um passeio no parque, quando ela nos fazia visitar a igreja, nossa paróquia, quando nos levava a visitar os avós e os tios.

Nós te damos graças pelas histórias que a mãe contava a respeito da família, de sua infância, das coisas que ela viveu e tinha no coração, do cinema mudo, dos bailes, da banda que tocava no coreto da praça.

Sim, nós te damos graças de modo muito especial por essas conversas no tempo da adolescência e da juventude e pela xícara de café com leite que ela nos preparava quando voltávamos da escola, alguns dias o café se fazia acompanhar de uma broa de fubá ou de um bolo de chocolate.

Nós te damos graças pela presença da mãe no dia da formatura com seu vestido azul com bolinhas brancas, seus sapatos de salto, sua bolsa azul marinho.

Nós nos lembramos com carinho da figura da mãe nos dias de Natal, nas comemorações dos aniversários, na festa de nosso casamento, nas conversas que tivemos para “salvar” nosso casamento. Nós te damos graças, Senhor, pela trajetória e pela história dessa mulher única da vida de cada um.

E, Senhor Deus, perdoa se temos no fundo do coração uma tristeza, a tristeza de não termos mais, perto de nós, porque tu levaste a mãe que tivemos e que agora está assentada à mesa do banquete celeste diante de teus olhos.

Que ela interceda por nós junto a ti, por nos que temos uma imensa saudade dela.


Frei Almir Ribeiro Guimarães

sexta-feira, 27 de abril de 2012


Queridos irmãos e irmãs,

“Ele é o nosso Pastor”

Neste 4º Domingo da Páscoa comemoramos o Domingo do Bom Pastor e também o dia dedicado às vocações sacerdotais e religiosas, quando lemos o Evangelho que conta a parábola do Bom Pastor. Jesus usava a linguagem simples do povo para ensinar a sua mensagem.

Todos sabiam que os rebanhos ficavam guardados durante a noite em enormes cercados, para onde o pastor se dirigia de manhã bem cedo, a fim de pastorear suas ovelhas. Ao chegar, o pastor se identificava na porta do cercado para o homem que guardava o rebanho à noite.

Dizia o seu nome e entrava no cercado. Ao entrar, chamava suas ovelhas pelo nome e somente aquelas que lhe pertenciam reconheciam sua voz e se levantavam.

As outras permaneciam quietas a espera do pastor às quais pertenciam. Depois que elas se levantavam, ele assobiava e elas o seguiam para as verdes pastagens.

Observem as ovelhas pastando. Não mordem, não dão coices e não agridem. É uma completa paz, tranquilidade. Tudo acontecendo sob o olhar atento e reflexivo do bom pastor. “Um só rebanho e um só pastor”.

A mensagem das ovelhas e do pastoreio é uma mensagem forte. Foi escolhida pelo Cristo como mensagem de paz e harmonia perfeitas. Contém em si mesma toda a postura cristã: amor a Deus e amor ao próximo. Sem competição, sem vanglórias e sem espírito de grandeza. É isso que o Senhor espera de nós. É isso que nos torna filhos e filhas de Deus e que dá acesso à porta por onde entram as ovelhas. “Eu sou a porta das ovelhas”

É por isso que Jesus vai dizer que o Bom Pastor entra pela porta, ao passo que os ladrões e salteadores entram no cercado pulando a cerca, com a intenção de fazer mal às ovelhas. Ele também dirá que é a verdadeira Porta, pela qual devemos entrar.

Esta bela imagem usada por Jesus retrata a nossa condição de ovelhas, de seguidores, e a sua condição de Pastor e Guia. Observe a figura onde a pequena ovelhinha, que somos todos nós, procura os braços do Bom Pastor, onde receberá aconchego e calor.

Entre o pastor e as ovelhas, há uma íntima sintonia de vida: “Minhas ovelhas ouvem a minha voz, eu as conheço, e elas me seguem”. A proximidade caracteriza a convivência entre pastor e rebanho. Percorrem os mesmos caminhos até as últimas consequências. O amor do Bom Pastor é gratuito.

“O Bom Pastor dá a vida por suas ovelhas”.
Para alguém se tornar membro do rebanho de Jesus, deve escutar sua voz e acolher seu chamado. Por isso hoje nos lembramos das vocações sacerdotais e religiosas, de todos aqueles que ouviram e seguiram o Bom Pastor. Rezemos para que não faltem bons pastores em nossas Comunidades.

Um só rebanho, um só pastor e só pasto. Encontre o bom pastor e encontrará também as ovelhas irmãs.
Fraternalmente,

Denize Aparecida Marum Gusmão

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Mensagem de Páscoa/2012


Irmãos e Irmãs,
Passou o tempo da Quaresma e da Paixão em que, como irmãos e irmãs da penitência, procuramos morrer com Cristo. Tudo agora nos convida a buscar, como ressuscitados com Cristo, as coisas do alto, onde Ele está sentado à direita do Pai.
Estamos respirando ares da Páscoa!
O túmulo vazio torna-se evidente prova de que o Senhor da vida não poderia jamais estar submetido ao poder da morte, que a luz não poderia ser aniquilada pelas trevas. Pelo contrário, a luz dissipa as trevas, a vida brota onde acontece a morte.
Se o grão de trigo não morrer...
Cristo ressuscitara. Abrindo seu túmulo, abriu-se também o de todos nós.
A morte foi vencida, perdeu sua agressividade, seu terror. A partir daí ela se tornou caminho para a vida em plenitude. É a partir da ressurreição de Cristo que São Francisco pode chamá-la de Irmã. Estabelecendo a relação fraterna com a morte, Francisco mostra que ninguém melhor do que ele compreendeu a ressurreição do Senhor: é morrendo que se vive para a vida eterna.
Clara também experimentou a Paixão, unindo-se em esponsais místicos ao de Cristo Crucificado, mas também como Francisco, experimentou a Paixão na perspectiva da ressurreição e na esperança de reinar com Cristo.
A Família Franciscana do mundo todo está vivendo no momento as celebrações do 8º Centenário do nascimento do carisma de Santa Clara, desta Mulher Nova que ainda hoje é uma luz para o mundo. Ela é hoje apresentada como um apelo a refazer a caminhada evangélica que é essencialmente pascal. Seguir Cristo hoje, nos passos de Clara, é romper o túmulo vazio, que muitas vezes tenta aprisionar a mensagem de Cristo, e proclamar, pelo silêncio e testemunho, o triunfo da vida nova que nos foi dada na infinita gratuidade e misericórdia de Deus.
Que a alegria do Cristo Ressuscitado penetre os nossos corações, nos inflame de fé, de amor e de coragem. E possamos ser sinais vivos da alegria da ressurreição.

FELIZ E SANTA PÁSCOA!!!
Denize Aparecida Marum Gusmão

sábado, 31 de março de 2012

Domingo de Ramos, quando tudo começou...

Há 800 anos, dia seguinte à festa de Domingos de Ramos, Clara de Assis, toda adornada, fugiu de casa para unir-se ao grupo de Francisco de Assis na capelinha da Porciúncula.

As Clarissas do mundo inteiro e toda a Família Franciscana celebram esta data que significa a fundação da Ordem de Santa Clara espalhada pelo mundo inteiro.

“O Domingo de Ramos”, com a bênção e a procissão dos ramos de palmeira, desde muito possui um caráter nupcial. Liturgicamente é celebrada a entrada festiva de Jesus em Jerusalém, e misticamente a união de amor de Jesus com sua esposa, a Igreja, e para o povo esta era uma ocasião favorável para se procurar uma noiva ou se acertar um noivado.

É esta, pois, a atmosfera escolhida por Francisco e Clara como moldura eclesiástica das “núpcias” de Clara com Cristo. Para isto, ela deve adornar-se de uma maneira particularmente festiva. Ao que tudo indica, o bispo já havia sido informado... pois Clara permanece em seu lugar e o bispo vai até ela entregar-lhe o ramo.

Terminada a solenidade, à noite, Clara foge de casa e vai para a Igrejinha da Porciúncula, onde é recebida por Francisco que corta-lhe o cabelo diante do altar: gesto que, na época, era um “símbolo de transição” típico, para indicar uma mudança de estado: “ele diz que esta mulher já não pertence a si mesma, nem a outro homem, mas a Deus, de quem ela é serva”. (o corte de cabelo era reservado ao bispo; Francisco, a rigor, não podia).

Em seguida, Clara foi vestida com as roupas dos pobres, não tingidas, mais um saco que um vestido. Depois da alegria e das muitas orações foi levada para dormir no convento das beneditinas, em Bastia, a 4 km de Assis.

Junta-se a isto um outro símbolo: o despir as vestes da nobreza e o vestir uma roupa pobre, não tingida, que conserva a cor natural: lembra a terra de onde veio, a humanidade de Nosso Senhor Jesus Cristo e a solidariedade com “a gente comum e desprezada, os pobres e fracos, enfermos e leprosos e mendigos de rua” (RNB 9,1.3).

(Anton Rotzetter. Clara de Assis, a primeira mulher franciscana. Vozes-Cefepal, 1994. p. 70ss).

Irmãos e irmãs, com essa reflexão vamos viver plenamente o sentido do Domingo de Ramos, para que possamos acolher o “novo” oferecido pela Ressurreição de Cristo.

Denize Aparecida Marum Gusmão

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

"Eis o tempo de conversão! Eis o dia da Salvação!"

Na Quarta-Feira de Cinzas iniciamos o Tempo da Quaresma cantando um convite especial do Senhor:
“Eis o tempo de conversão! Eis o dia da salvação!
Ao Pai voltemos, juntos andemos! Eis o tempo de conversão!

Os franciscanos seculares, pela Profissão, são chamados a “levar um vida de penitência ou conversão evangélica”. Esta vida realiza-se primeiramente e de modo mais intenso na vida de oração (busca de Deus), na vida em fraternidade (amor ao próximo) e na vida de pobreza (sem nada de próprio). Assim, a oração, a vida fraterna e a pobreza constituem elementos fundamentais para mudança de vida do franciscano secular.

“Foi assim que o Senhor me concedeu a mim, Frei Francisco, iniciar uma vida de penitência” (São Francisco).

Com estas palavras Francisco inicia o seu Testamento, como a dizer que foi este o dom que o Senhor lhe concedeu. Se esta é a vida que o Senhor inspirou a Francisco, esta deverá ser também para nós, franciscanos e franciscanas.

“Quão felizes são estes e estas...!

É isto que ensina São Francisco na Exortação aos irmãos e irmãs sobre a penitência, no prólogo da Regra: “Felizes são estes e estas que amam a Deus sobre todas as coisas, o próximo como a si mesmos, felizes os que odeiam o próprio corpo com seus vícios e pecados, e que recebem o Corpo e o Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, e fazem dignos frutos de penitência”.
Portanto, felizes somos nós quando fazemos penitência e bem-aventurados quando procuramos viver uma vida de radical transformação “dia após dia”.

Dentro deste contexto também temos um outro convite à conversão proposto pela Igreja do Brasil que é a Campanha da Fraternidade, cujo tema este ano é: “A Fraternidade e a Saúde Pública”.

O que esse tempo pode nos proporcionar?
- que seja um itinerário evangelizador para vivermos intensamente o tempo da Quaresma.
- que possamos nos sensibilizar com a dura realidade das pessoas que não têm acesso à assistência da Saúde Pública condizente com suas necessidades e dignidade.
- que tenhamos pelos nossos familiares enfermos e pelos nossos irmãos e irmãs do SEI um carinho todo especial, demonstrado através de nossas visitas, nossas orações, nossa solidariedade.
- que sejamos iluminados e fortalecidos pela Palavra de Deus, para sermos consolo na doença, na dor e no sofrimento.

Com meu abraço fraterno desejo uma abençoada caminhada quaresmal para que possamos acolher o “novo” oferecido pela Ressurreição de Cristo.

Denize Aparecida Marum Gusmão

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Iniciando 2012

“O Senhor te abençoe e te guarde! O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face e se compadeça de ti! O Senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz! Assim invocarão o meu nome sobre os filhos de Israel, e eu os abençoarei” .

Irmãos e irmãs, que esta bênção de Deus acompanhe todos os dias a todos aqueles que comungam do mesmo ideal de vida de Francisco e Clara de Assis.
O início de mais um ano é sempre uma graça. É dom de Deus poder cada vez começar de novo, colocar-se a caminho com renovadas forças. Essa é a dinâmica da conversão. Francisco, no final de sua vida, ainda  sentia o mesmo entusiasmo do início: “Comecemos, irmãos, a servir ao Senhor, porque até agora pouco ou nada fizemos” (1 Cel 103).
A nossa gratidão a todos os que caminharam conosco, no ano de 2011, principalmente na organização do Capítulo Geral. E que neste ano, em que nossa Família Franciscana comemora os 800 Anos do Carisma de Santa Clara, com a sua bênção, possamos caminhar juntos na unidade e fraternidade, e que sejamos solidários com os que sofrem especialmente pelas vítimas das chuvas em todo o Brasil.
Para o CONGRESSO CLARIANO todos estão convidados para participar. Será realizado na cidade de Canindé/CE, de 09 a 11 de agosto com o tema: “Santa Clara de Assis e de hoje, caminho de Unidade. Lema: “Vida vivida em função do amor”.

A programação e a ficha de inscrição vocês podem encontrar no site do nosso Regional (clique no link Congresso Clariano).
Com um abraço fraterno, desejo a todos um bom início de ano e uma feliz retomada das atividades.

Paz e Bem!

Denize Aparecida Marum Gusmão