Passou o tempo da Quaresma e da Paixão em que, como irmãos e irmãs da penitência, procuramos morrer com Cristo. Tudo agora nos convida a buscar, como ressuscitados com Cristo, as coisas do alto, onde Ele está sentado à direita do Pai.
Estamos respirando ares da Páscoa!
O túmulo vazio torna-se evidente prova de que o Senhor da vida não poderia jamais estar submetido ao poder da morte, que a luz não poderia ser aniquilada pelas trevas. Pelo contrário, a luz dissipa as trevas, a vida brota onde acontece a morte.
Se o grão de trigo não morrer...
Cristo ressuscitara. Abrindo seu túmulo, abriu-se também o de todos nós.
A morte foi vencida, perdeu sua agressividade, seu terror. A partir daí ela se tornou caminho para a vida em plenitude. É a partir da ressurreição de Cristo que São Francisco pode chamá-la de Irmã. Estabelecendo a relação fraterna com a morte, Francisco mostra que ninguém melhor do que ele compreendeu a ressurreição do Senhor: é morrendo que se vive para a vida eterna.
Clara também experimentou a Paixão, unindo-se em esponsais místicos ao de Cristo Crucificado, mas também como Francisco, experimentou a Paixão na perspectiva da ressurreição e na esperança de reinar com Cristo.
A Família Franciscana do mundo todo está vivendo no momento as celebrações do 8º Centenário do nascimento do carisma de Santa Clara, desta Mulher Nova que ainda hoje é uma luz para o mundo. Ela é hoje apresentada como um apelo a refazer a caminhada evangélica que é essencialmente pascal. Seguir Cristo hoje, nos passos de Clara, é romper o túmulo vazio, que muitas vezes tenta aprisionar a mensagem de Cristo, e proclamar, pelo silêncio e testemunho, o triunfo da vida nova que nos foi dada na infinita gratuidade e misericórdia de Deus.
Que a alegria do Cristo Ressuscitado penetre os nossos corações, nos inflame de fé, de amor e de coragem. E possamos ser sinais vivos da alegria da ressurreição.
FELIZ E SANTA PÁSCOA!!!
Denize Aparecida Marum Gusmão