Irmãos e Irmãs,
No início do ano,
tivemos a tomada de posse dos governantes do país. Há uma expectativa no ar com
relação ao exercício da liderança em nosso Brasil. Isto nos leva a uma pequena
reflexão franciscana a respeito do assunto.
Ao organizar a
Fraternidade, Francisco, consciente da importância do serviço da liderança,
orientou-se por um princípio do Evangelho: “NÃO VIM PARA SER SERVIDO, MAS PARA
SERVIR” (Mat 20,28).
Clara, com a mesma
consciência dessa passagem do Evangelho, nunca quis colocar-se como abadessa,
mas sempre se considerou serva das demais irmãs.
Não é esse um modo
comum de pensar no tempo em que vivemos. Os líderes de empresas, de
organizações, de grupos políticos, tendo nas mãos o poder, na maioria das
vezes, sentem-se como verdadeiros senhores que dispõem autoritariamente das
coisas e das pessoas como bem entendem.
Não lhes passa pela cabeça que
liderança é um serviço à Comunidade.
São Francisco, na Carta
aos Governantes, diz uma palavra séria aos líderes no que diz respeito às suas
atribuições: “E se não fizerdes isto,
sabei que deveis prestar contas no dia do juízo diante de vosso Senhor Jesus
Cristo” (Carta aos Governantes 8).
Muitos irmãos
franciscanos ocupam posições de liderança: em escolas, empresas, paróquias, hospitais,
varias organizações. Também aí se corre o risco de compreender esse serviço
como “cargo de mando ou de chefia”, cuja preocupação é portar-se como senhores
e não servir.
Também aos irmãos
Francisco dirige a mesma palavra séria dirigida aos líderes do povo: “Recordem-se ... de que lhes foi confiado o
cuidado dos irmãos, dos quais terão que prestar contas no dia do juízo diante
do Senhor Jesus Cristo” (Carta não Bulada 4,6).
Desejo a todos um bom
início de ano e uma feliz retomada das atividades!
Denize Aparecida Marum Gusmão