Frei Almir R. Guimarães, OFM
Comemoramos hoje a ascensão de Jesus à glória dos céus. Festa bela que nos toca profundamente. Depois de ressuscitado, Jesus apareceu a algumas pessoas privilegiadas que seriam testemunhas de sua ressurreição. Pelo seu testemunho elas diriam a todos que Jesus vivia. Houve um momento em que cessaram as aparições do Ressuscitado. Ele não era mais visto. Nesse momento os apóstolos se deram conta da volta de Jesus ao seio do Pai. Esse o sentido da Ascensão.
Ele viera da parte do Pai. Viera para conviver com os homens, falar-lhes das coisas do Pai, mostrar o rosto do Pai. Ele, de fato, sendo de condição divina, não hesitou em tomar a condição de homem. Deificou a carne. E com a carne humana subiu até o alto da cruz para fazer com que essa natureza humana fosse restaurada e transfigurada. Os homens foram profundamente tocados por Deus na carne, na trajetória de Jesus. Hoje comemoramos a festa do céu. Nossa pobre natureza humana, redimida, está assentada na glória de Deus com ascensão de Jesus. Tudo isso porque Deus se revestiu de carne em Jesus. Temos saudades do céu. Lá é o nosso destino final. Não desaparecemos na terra nem com a cremação de nossos “restos” mortais.
A fé aponta como último horizonte de nossa caminhada a pátria da glória, destinada àqueles que se configuraram com Cristo, que renasceram de sua morte e ressurreição. Essa “terra” da glória não é um espaço geográfico mas o coração do Deus uno e trino. Lá onde mora Deus é a terra da glória. Hoje é o dia da festa do céu.
No momento da despedida Jesus anuncia a próxima vinda do Espirito que virá com a missão de tornar os seus apóstolos testemunhas de Cristo ressuscitado. Esta a missão da Igreja em todas as transformações e vicissitudes dos tempos. Podem surgir tempestades, podem surgir outros modos de se chegar a Deus mas a Igreja haverá de testemunhar sua fé até o final dos tempos. A pregação não é “propaganda”, mas anúncio de salvação na força do Espírito.
Uma nuvem encobre Jesus. Nuvem da glória de Deus. Os discípulos não poderiam continuar ali estáticos. Precisariam ir pelo mundo preparando a segunda vinda de Cristo. “Esse Jesus, que vos foi elevado para o céu. Virá do mesmo modo, como o vistes partir para o céu”.